Desde que ouvi esse texto sagrado, meu coração foi ainda mais invadido de dor e zelo pela salvação das almas. Se o coração de um pobre padre de aldeia sofre com a possibilidade de uma pessoa se perder eternamente, quanto mais deve estar ferido o coração do nosso Deus.

 

Nosso primeiro Papa nos disse: “Estai sempre prontos a responder para vossa defesa, a todo aquele que vos pedir, a razão de vossa esperança” (1Pedro 3,15). A Igreja una, santa, católica e apostólica procurou em todas as épocas, com a assistência especial do Espírito Santo (cf. Jo 16,12; At 1,8;2), através da Sagrada Tradição (cf. Lc 1,2; Jo 21,24-25; At 1,3;2,4; 1Cor 11,2.23;15,3; 2Jo 1,12; 3Jo 1,13-14; 1Ts 1,5; 2Ts 2,15; Jd 3) e das Sagradas Escrituras, transmitir até os nossos dias o Depositum Fidei (cf. 1Tm 6,20; cf. 2Tm 1,1). São João Paulo II nos recorda: “Guardar o depósito da fé é a missão que o Senhor confiou à sua Igreja e que ela cumpre em todos os tempos” (Fidei Depósitum, 11 de outubro de 1992). A Igreja é a continuação do Corpo de Cristo vivo ao longo da história. Foi essa a experiência que São Paulo fez no caminho de Damasco (cf. At 9,1-20). Mais tarde, o apóstolo dos gentios diria: “A Igreja é Coluna e Sustentáculo da Verdade” (1Tm 3,15). São Lucas, tratando sobre o início da Igreja, nos dizia: “Eles eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações” (At 2,42). Nós, Cristãos Católicos, temos a graça e o privilégio de ter ao nosso alcance uma excelente síntese da fé da Igreja de dois mil anos. Com fidelidade apostólica, encontramos no Catecismo da Igreja Católica os quatro alicerces que nos sustentam: o “ensinamento dos apóstolos”, mais especificamente o Credo Apostólico; a “fração do pão” - a Sagrada Liturgia e os outros sacramentos, pelos quais a Obra Salvífica de Cristo é comunicada aos indivíduos cristãos; a “comunhão fraterna”, o modo como vivemos os dois grandes mandamentos de amor a Deus e ao próximo - o agir cristão; e as “orações” - Deus nos criou para Ele mesmo (a razão maior para a nossa criação e redenção é que podemos viver em amizade e comunhão com nosso Pai Celeste).